Wednesday 27 May 2015

Porque Ex Machina e um filme sobre AI diferente de todos.

Ex Machina 2015
IMDb 7.9/10
Rotten Tomatoes 92% fresh







Pessimistas acreditavam que o tema da AI ou inteligência artificial estava esgotado no cinema ou que nada novo poderia ser acrescentado. Entretanto, Alex Garland surpreende até o mais cínico dos cinéfilos fazendo um filme inteiro sobre AI baseado apenas em conceitos filosóficos. Ex Machina conta a história de um jovem e brilhante especialista em TI que ganha um concurso da sua empresa para conhecer a casa do CEO e fundador da empresa em que trabalha, a mais popular ferramenta de pesquisa da internet chamado Blue Book. Caleb , o rapaz fica surpreso ao descobrir que seu prêmio na verdade e participar de um experimento inédito: interagir com um AI feminino e determinar se ela tem consciência. Esse teste e conhecido como Teste de Turing. No teste, criado pelo matemático Alan Turing, uma pessoa tem que avaliar uma máquina criada com a capacidade de dar respostas  humanas, se ele não conseguir distinguir as respostas dessa máquina das respostas dadas por uma pessoa, a máquina se prova ter consciência e passa no teste.

No caso do filme, existe um complicador, a máquina é uma mulher e sua capacidade de pensar é baseada em todas as buscas realizadas no Blue Book. Caleb começa então a manter conversas diárias com Ava, sobre diversos temas e fica fascinado pela profundidade de suas respostas e pela sua beleza.  O filme cria uma tensão muito grande entre os tres personagens principais: Caleb, Nathan (o criador de Ava) e Ava. As intenções dos três não são claras e o clima de traição vai crescendo a medida que detalhes são revelados. Ava não é um robô apático, ela revela desejos e preferências e demonstra interesse em Caleb que parece genuíno. Quando Caleb pergunta a Nathan porque uma AI mulher, ele explica que sexo faz parte da natureza humana e que um AI deveria demosntrar atração sexual para ser consciente.  O filme traz muitas referẽncias, o mito de Prometeus, Frankenstein, Charlie e a Fabrica de Chocolates (o bilhete de ouro), Pinóquio.

Apesar do final não ser tão surpreendente, acredito que Ex Machina traz muito peso para o roteiro com referências a temas filosóficos modernos (consciência, sexualidade, agência) sem abusar de recursos de ação ou computação gráfica. A história e simples e verossímel. Além disso, alerta para o poder ilimitado das empresas donas de ferramentas de pesquisa e levanta questões sobre o uso ético do gigante montante informações que circulam nelas.



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